Wednesday 6 November 2013

É bom ir a uma biblioteca!

É bom ir a uma biblioteca!
As bibliotecas são a casa dos livros, da memória da humanidade e são por essa razão lugares privilegiados para se estar. As bibliotecas abriram-se no século XX ao grande público, possibilitando a todos o prazer do conhecimento. Junto aos livros encontramos agora documentos em formato multimédia produzidos por pessoas de todo o mundo. As histórias e conhecimentos de todo o género são movimentados pelos leitores e partilhados em grande comunidade.
O espaço das bibliotecas é também um espaço social, de encontro entre públicos de várias idades.
A minha paixão pelas bibliotecas começou aos oito anos de idade quando me inscrevi numa pequena biblioteca da fundação Calouste Gulbenkian da minha localidade e descobri que podia ler gratuitamente livros.
Ao longo da minha vida, quer pessoalmente quer profissionalmente, tenho recorrido às bibliotecas para me documentar ou só pelo prazer de descobrir um novo livro.
Em Portugal a maior parte das cidades tem uma biblioteca da rede municipal de bibliotecas e as que conheço são muito boas. A biblioteca municipal de Vila Nova de Gaia, a biblioteca de Vila Nova de Famalicão e a biblioteca municipal da Maia, que conheço melhor por lá residir em tempo de férias. A biblioteca municipal da Maia é muito activa e cativa leitores de diferentes idades. Gosto em particular da secção infantil porque é ampla e tem boa documentação. Gosto de levar lá os meus filhos, tal como os gosto de levar ao jardim zoológico da Maia, porque é um sítio interessante para estar.

Eles ficam também contentes por trazer livros para casa e desfolhar páginas já vistas por muitas crianças. Confesso que também eu trago muitos livros e por vezes só os passeio, mas em casa acabo sempre por os desfolhar e tirar uma ideia ou outra e se me apaixono por eles até os requisito mais do que uma vez, ou tento encontrar mais livros parecidos. Com as crianças também é assim.

Neste Verão li aos meus filhos a “Menina do mar” da Sophia de Mello Breyner, que trouxe da biblioteca municipal da Maia, e o meu filho mais velho, que tem sete anos, andou depois a procurar livros sobre animais do mar e ficou impressionado com a raia. Eu também revi a história e a curiosidade do meu filho levou-me a descobrir que a raia é mesmo um animal extraordinariamente grande! Já nos rimos com histórias engraçadas, lembro-me de uma em particular que falava de um gato que se queixava de ter sido expulso de casa pelos donos, por asneiras várias: “É tão injusto!” de Pat Thomson.

A biblioteca Municipal da Maia também tem, aos sábados da parte da manhã, uma hora do conto. Desde 2002 que vivo no estrangeiro e vivi primeiro alguns anos no Luxemburgo. Vivi na capital, que tem o mesmo nome do país: Luxemburgo. Conheci a biblioteca da cidade quando ainda estava num espaço mais pequeno, de prateleiras muito juntas que formavam estreitos corredores por onde os leitores se movimentavam. Utilizei várias vezes os computadores ligados à internet, também eles reduzidos a um pequeno espaço e em pequeno número.

Quando os meus filhos nasceram, e nasceram no Luxemburgo, em anos diferentes, um em 2006 e outro em 2008, continuei a frequentar a biblioteca da cidade e até encontrei outra muito interessante para a altura das minhas gravidezes numa localidade nos arredores da cidade chamada Itzig. Em Itzig na biblioteca de uma associação sem fins lucrativos e de utilidade pública - Initiativ Liewensufank – encontrei muito material de apoio para a gravidez e foram muito úteis. Na verdade o conhecimento ajuda a tranquilizar e foi bom saber o que se estava a passar dentro do meu corpo. Durante as gravidezes fiz um doutoramento por minha conta : )! Os meus filhos têm todas as razões para gostar de livros!

Actualmente a biblioteca da cidade está agora localizada num edifício moderno e usufrui de um espaço muito bom, com bons espaços, bem iluminados, um elevador de vidro que se passeia pelos andares e para as crianças existe além de muita documentação, uma sala isolada para permitir uma leitura mais descontraída e menos concentrada, adaptada às crianças. Mesmo assim ainda tive que andar a correr atrás do meu filho mais novo pelos corredores das prateleiras da secção dos adultos, quando ele começou a andar e a correr. Para nos movimentarmos nos diferentes andares tínhamos que ir no elevador transparente, mesmo já sabendo andar é muito mais divertido andar num elevador assim. Tal como em Portugal a biblioteca do Luxemburgo tem muitos leitores pequenos e leitores mais velhos que trazem os mais pequenos.

Neste momento estou a viver na Suíça e este é mesmo um país cheio de bibliotecas. Orgulho-me de dizer que Portugal também o é e mesmo que digam que Portugal devia ter uma taxa maior de leitores, continuo a pensar que os portugueses em geral gostam de ler, mas que a televisão e a internet ocuparam muito do espaço dos livros. Na Suíça há, mesmo a nível do ensino, uma mentalidade mais preocupada com o desenvolvimento natural do ser humano. No ensino há muitas actividades físicas, desde desporto aos trabalhos manuais e há também um investimento no desenvolvimento intelectual, por isso há muitas bibliotecas e na localidade onde resido há pontualmente várias actividades culturais para crianças. Como boa portuguesa que sou, gosto de tomar um café e é nas bibliotecas da Suíça que encontro o café mais barato! Mais uma razão para frequentar as bibliotecas.

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